22.9.09
Champanhe
champanhe (vinho)
(Redirecionado de Método Charmat)
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Mapa da França com as regiões produtoras de vinhos. A região em vermelho é a Champagne
O champanhe ou o champanha (em francês champagne) é um vinho branco espumante, mundialmente conhecido e produzido na região histórica de Champagne, nordeste da França, através da fermentação da uva (uma espécie ou várias).
Comumente chamado de "rei dos vinhos",[carece de fontes?] o champanhe é produzido na região administrativa de Champagne-Ardenne, cuja capital é Epernay. Foi próximo a Epernay, no povoado de Hautvillers, que os monges Dom Pérignon e Dom Ruinart se esforçaram muito para domar os vinhos que fermentavam novamente nas garrafas, fazendo-as explodir.
Esta antiga província histórica produz igualmente os vinhos chamados "tranquilos" (não-efervescentes) que levam denominações diferentes como tintos, brancos ou rosados e são produzidos nas cidades de Bouzy, Virtudes, Damery.
No entanto, a região de Champagne produz, em grande maioria, vinhos brancos efervescentes chamados simplesmente de champanhe, sem mais especificações. Eles são produzidos essencialmente à base de uvas chardonnay, pinot noir e de pinot meunier, mas quatro outras cepas podem ser usadas na elaboração do champanhe: a arbane, petit meslier, pinot blanc e pinot gris.
Não há habitualmente celebração de vulto em que o champanhe não esteja presente, tendo-se tornado sinônimo de festa ou celebração, prestigiado em todo o mundo.
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Surgimento
Aos romanos atribui-se o fato de terem plantado as vinhas na região, embora haja documentos históricos que atestem que a cultura da vinha vem de muito antes, como do famoso escritor de então Plínio, que escrevia já dos famosos vinhos e vinhas desta região, e aos romanos se deve o início da produção dos espumantes em França.
Um dos motivos que elevaram a fama deste fantástico vinho foi o fato de que em Reims, cidade mais importante de Champagne, foram coroados quase todos os grandes reis da França. A coroação acontecia na catedral de Notre-Dame de Reims, construída em 1225, e nas comemorações era servido champanhe. Por este motivo, ficou conhecido como o vinho dos reis.
Dom Pérignon
Com o aparecimento de Dom Pérignon, que era um monge beneditino da Abadia de Hautvillers, em 1670, houve uma "revolução" na produção do champanhe. A Dom Pérignon, um gênio e sempre insatisfeito estudioso da matéria, deve-se a descoberta dos cinco principais elementos que em muito contribuíram para o champanhe tal como ele é hoje:
• A mistura de diferentes vinhos da região, conseguindo assim um produto mais harmonioso.
• Separação e prensagem em separado das uvas pretas que predominam em Champagne, obtendo assim um cristalino sumo de uva.
• O uso de garrafas de vidro mais espesso para melhor permitirem a pressão da segunda fermentação em garrafa.
• O uso da rolha de cortiça, vinda de Espanha, que permitiu substituir o anterior sistema, pauzinhos de cânhamo embebidos em azeite.
• A escavação de profundas adegas, hoje galerias com vários quilômetros de extensão e usadas por todos os produtores, para permitir o repouso e envelhecimento do champanhe a uma temperatura constante.
Denominação de origem controlada
A região do champanhe foi delimitada em 1927 e ocupa uma área de 32 mil hectares (a região demarcada do Douro é mais antiga e maior foi criada em 1756 e ocupa 250 mil hectares).
O nome champagne é uma DOC (em francês AOC), mas a indicação "denominação de origem controlada" aparece raramente nas etiquetas das garrafas de champanhe. É a única apelação, junto com a de Cognac, que está dispensada desta menção, pois é o único vinhedo cujos vinhos são todos classificados (todos os outros vinhedos vendem vinhos DOC e vinhos desclassificados).
A palavra "champagne" também é protegida com grande vigilância.
Assim, a comuna de Champagne, com 660 habitantes, situada no cantão de Vaud, na Suíça, teve que renunciar a mencionar o nome de Champagne nos vinhos (não espumante) produzidos em seu território - de 28 hectares - segundo um acordo internacional entre a Suíça e a União Européia em dezembro de 1998.
Pela mesma razão, a firma Yves Saint-Laurent teve que interromper o lançamento de um perfume que tinha chamado de Champagne. O nome do perfume foi finalmente modificado, sendo comercializado sob o nome de Yvresse.
A flûte é o tipo de taça comumente usada para saborear o champanhe
[Fabricação
Caves em Reims
O processo de fabricação é demorado e caro, sendo praticamente o mesmo de há séculos atrás. A principal alteração no processo foi introduzida por Nicole Ponsardin, a viúva de Felippe Clicquot, que desenvolveu um método para retirar todo o fermento da garrafa. Antes disso o champanhe era turvo e com aroma residual de levedo. Um champanhe comum leva pelo menos dois anos para ficar pronto e os especiais até cinco anos. Ficam estocadas nos subterrâneos das cidades nos crayères, que são túneis cavados no giz. A casa Moët et Chandon tem 28 quilômetros de túneis onde estão armazenadas milhões de garrafas esperando a conclusão do processo de fabricação.
Quanto às uvas utilizadas, são três: a chardonnay (em maior proporção), a pinot noir e a pinot meunier. Estas últimas são uvas tintas mas os vinhos utilizados, elaborados sem a casca, são brancos. O champanhe é um corte (mistura de vinhos em proporções determinada pelos enólogos) de trinta a até cerca de duzentos vinhos brancos. O tradicional é feito com um corte de cerca de 30% de vinhos brancos de uvas tintas, o rosé com corte de vinhos tintos, o blanc de blanc, apenas com uvas brancas e o blanc de noir elaborado apenas com uvas tintas.
Lista de produtores
Casa Data de Fundação Local de Origem Cuvée de prestige
(Premium label)
Vintage where indicated Links Externos Grupo
Henri Abelé
1757 Reims
Sourire de Reims site
Freixenet
Ayala
1860 Aÿ
Grande Cuvée (Vintage) site
Société Jacques Bollinger[1]
Besserat de Bellefon
1843 Épernay
Cuvée des Moines site
Lanson International
Billecart-Salmon
1818 Mareuil-sur-Aÿ
brut Réserve [1]
Independent
Bollinger
1829 Aÿ
Vieilles Vignes Françaises (Vintage)
R.D. (Récemment Dégorgé) (Vintage) site
Société Jacques Bollinger
Boizel
1834 Épernay
Joyau de France (Vintage) site
Groupe Boizel, Chanoine, Champagne (BCC)
Canard-Duchêne
1868 Ludes
Grande Cuvée Charles VII site
Alain Thiénot
De Castellane
1895 Épernay
Commodore (Vintage) site
Laurent Perrier
Cattier
1918 Chigny les Roses
Clos du Moulin site
Independent
Charles de Cazanove
1811 Reims
Stradivarius - Groupe Rapeneau
Chanoine Frères
1730 Reims
gamme Tsarine
site
Groupe Boizel, Chanoine, Champagne (BCC)
Delbeck
1832 Reims
? (Vintage) ? ?
Deutz
1838 Aÿ
Amour de Deutz (Vintage) site
Louis Roederer
Drappier
1808 Urville
Grande Sendrée (Vintage) site
Family-owned
Duval-Leroy
1859 Vertus
Femme de Champagne (Only made in above average years)
Fleur de Champagne (Only made in above average years) site
Family-owned
Nicolas Feuillatte
1972 Chouilly
Palmes d'Or site
Family-owned
Gauthier
1858 Épernay
Grande Réserve Brut site
Lanson International
Paul Goerg
1950 Vertus
Cuvée Lady C. (Vintage) site
-
Gosset
1584 Aÿ
Celebris (Vintage)
Grand Millésime (Vintage) site
Renaud-Cointreau
Heidsieck & Co Monopole
1785 Épernay
Diamant Bleu (Vintage) site
Vranken-Pommery Monopole
Charles Heidsieck
1851 Reims
Blanc des Millénaires (Vintage) site
Rémy-Cointreau
Henriot
1808 Reims
Cuvée des Enchanteleurs (Vintage)
brut Souverain (Vintage) site
Independent
Krug
1843 Reims
Krug (Vintage)
Clos du Mesnil (Only made in above average years) site
LVMH
Charles Lafitte
1848 Épernay
Orgueil de France (Only made in above average years) site
Vranken-Pommery Monopole
Lanson
1760 Reims
Noble Cuvée (Vintage) site
Lanson International
Laurent-Perrier
1812 Tours-sur-Marne
Grand Siècle site
Laurent Perrier
Mercier
1858 Épernay
Vendange (Vintage) site
LVMH
Moët & Chandon
1743 Épernay
Dom Pérignon (vinho)(Vintage)
site
LVMH
Moutard-Diligent
1927 Buxeuil, Aube
Vieilles Vignes "cépage Arbane", Cuvée "6 Cépages" site
Independent
Mumm
1827 Reims
Mumm de Cramant site
Pernod Ricard
Bruno Paillard
1981 Reims
Nec Plus Ultra (Vintage)
brut première cuvée (Vintage) site
Independent
Perrier Jouët [2]
1811 Épernay
Belle Époque (Vintage) site
Pernod Ricard
Piper-Heidsieck
1785 Reims
Rare site
Rémy-Cointreau
Pommery
1836 Reims
Cuvée Lyesse (Vintage) site
Vranken-Pommery Monopole
Louis Roederer
1776 Reims
Cristal de Rœderer (Vintage) site
Independent en relation avec Deutz
Pol Roger
1849 Épernay
Sir Winston Churchill (Vintage) site
Independent
Ruinart
1725 Reims
Dom Ruinart (Vintage)
Ruinart blanc de blancs (Vintage) site
LVMH
Marie Stuart
1867 Reims
Cuvée de la Sommelière
Brut Millésimé (Vintage) site
Alain Thiénot
Taittinger
1734 Reims
Comtes de Champagne (Vintage) site
Taittinger
Thiénot
1985 Reims
Grande Cuvée (Vintage)
Cuvée Stanislas site
Alain Thiénot
de Venoge
1837 Épernay
Grand Vin des Princes (Vintage) site
Groupe Boizel, Chanoine, Champagne site
Veuve Clicquot Ponsardin
1772 Reims
La Grande Dame (Vintage)
Carte jaune (Vintage)
Clicquot Rich Reserve (Vintage) site
LVMH
Vranken
1979 Épernay
Demoiselle (only in above average years) site
Vranken-Pommery Monopole
Classificações
Garrafas de champanhe Veuve Clicquot
Podemos ter seis classificações conforme o teor de açúcar adicionado para a segunda fermentação: Doux (Doce), Demi-Sec (Meio-seco), Sec (Seco), Extra-Sec (Extra-seco), Brut (Bruto) e Extra-Brut (Extra-bruto). Devido às sutis diferenças de paladar, os mais fabricados e vendidos são o Demi-Sec e o Brut.
A maioria dos Champagnes não são safrados, apenas nas vindimas excepcionais são produzidos os Milésimes, que declaram a safra. Quando as Pinot também provêm de uma vindima de grande qualidade são produzidos os Milésimes Rose, que são os mais caros. O último grande ano foi 1999.
Existe ainda mais uma classificação importante: a da qualidade do vinhedo de onde provém a uva. Cada região é chamada de cru. Quando temos condições muito boas de solo e microclima o vinhedo é classificado Première Cru e quando esta condições são impecáveis, chamamos Grand Cru.
Métodos de vinificação do champanhe
Método champenoise, tradicional ou clássico
Esta é uma forma de processar vinhos espumantes realizando a segunda fermentação na própria garrafa, conforme já descrito acima. Este é o método utilizado para a produção do autêntico champagne, também sendo empregado em outros espumantes de qualidade superior. A invenção deste processo é outorgada ao monge beneditino Dom Pérignon.
O método consiste principalmente numa dupla fermentação do mosto, primeiro em tanques, e o segundo nas garrafas, em adega, fazendo o remuage (rotação das garrafas) regularmente.
A primeira fermentação, chamada fermentação alcoólica é idêntica à a que sofrem os vinhos comuns(ou seja não efervescentes). O vinho básico geralmente é vinificado em tanques mas alguns produtores preferem fazer a vinificação em barris de carvalho; é o caso das casas Krug e Bollinger.
No início do ano (que segue a colheita), os vinhos estão prontos para a mistura (ou corte) em que as proporções podem variar a cada ano incluindo vinhos de diferentes produtores ou mesmo de safras. Nenhum outro AOC na França permite este tipo de mistura de vinho de diferentes safras.
No momento de engarrafar o vinho básico assim obtido, é acrescentado um composto de fermentos e cerca de 24g de açúcar por litro de vinho. Isso provocará a última fermentação e é esta segunda fermentação que vai dar nascimento às bolhas de dióxido de carbono. A garrafa então é tapada com uma cápsula metálica parerida com as das garrafas de cerveja.
Porém, esta segunda fermentação provoca o surgimento de borras que deverão ser retiradas do vinho.
Segue então o período de descanso do vinho em garrafas durante cerca de um ano para os não safrados (ou millésimées) e de três anos ou mais para as garrafas safradas.
Após este período as garrafas são colocadas em estantes com o gargalo para baixo. A cada dia, as garrafas são remuées, ou seja giradas de um quarto de volta, de um movimento seco, a fim de descolar as borras da parede da garrafa e fazê-las descer para o gargalo. Em alguns produtores essa prática é feita ainda manualmente enquanto os grandes produtores já o fazem com equipamentos automatizados. Para retirar o depósito de borra, congela-se então o gargalo num banho de salmoura a -25°C, tira-se a cápsula e a borra é expulsa pelo gás sob pressão. O volume de champanhe assim perdido é substituído por uma mistura de vinho e açúcar, chamado licor ou vinho de dosagem. A quantidade de açúcar presente no licor vai determinar se o champanhe será brut, sec ou demi sec.
Existem também champanhes não dosados: completa-se o nível da garrafa com vinho em vez do licor de dosagem. Entre os não dosados encontramos o Drappier à Urville, Georges Vesselle à Bouzy, Laurent- Perrier à Tours-sur-Marne, Paul Goerg à Virtudes ou Piper-Heidsieck em Reims.
Nesse momento a garrafa de champanhe será tapada com a sua famosa rolha de cortiça e mantida em adega para o envelhecimento (maturação) antes de comercialização
A União Européia declarou que a expressão “Méthode champenoise” só pode ser utilizada para vinhos provenientes da região francesa de Champagne, aprovando o uso da expressão Méthode traditionnelle para os vinhos produzidos pelo mesmo sistema em outras regiões geográficas. Produtos que não estejam em conformidade com esta norma, o que se encontra com facilidade em vários países, não podem ser oferecidos no mercado da comunidade.
Método Charmat
Também chamado Charmat-Martinotti, este processo é um método mais econômico que o Método Champenoise para criar gás carbônico nos espumantes. O vinho é submetido à segunda fermentação em tanques de aço inoxidável (em vez da própria garrafa) e é engarrafado sob pressão. O processo é similar ao de fabrico de refrigerantes, diferindo deste na medida em que o gás carbônico do espumante é produzido na segunda fermentação (enquanto o do refrigerante é simplesmente adicionado por uma fonte externa ao processo).
Este processo foi inventado em 1895 pelo enólogo italiano Federico Martinotti mas foi patenteado em 1907 pelo francês Eugène Charmat.
Método Antigo ou Método por fermentação espontânea
É o método mais antigo, chamado método rural, artesanal ou ancestral, dependendo também da região. Consiste em engarrafar o vinho precocemente antes que a fermentação alcoólica do mosto termine. Os açúcares naturais da uva e fermentos ficam assim fechados na garrafa, onde a fermentação alcoólica vai poder terminar. É o CO2 produzido durante este fim de fermentação natural que vai produzir a efervescência ao vinho. Desde o início até o fim da fermentação as garrafas continuam fechadas e em nenhum momento são abertas ou existe alguma intervenção no processo. Graças à sua simplicidade, este método não necessita nenhuma troca de rolhas ou tampas, decantação ou rotação das garrafas. Alguns vinhos de Limoux são ainda vinificados desta maneira.
Método por Transferência
Como com os métodos tradicionais, a fermentação é feita na garrafa mas não há deposição de borra. O vinho já fermentado é retirado da sua garrafa (as garrafas são enxaguadas para ser reutilizadas) e é filtrado num tanque sob pressão, onde recebe um vinho de dosagem. Sempre sob pressão (graças à uma câmara isobárica) o vinho é colocado de volta nas garrafas com o seu gás carbônico natural.
Método "Dioise"
Funciona como o método antigo onde os açúcares e fermentos naturais da uva ocupam-se da fermentação salvo que, após a fermentação (em garrafa e adega) esvazia-se as garrafas a frio para efetuar uma filtragem dos fermentos, como feito com o método por transferência, mas sem adição de vinho de dosagem. Entretanto as garrafas são enxaguadas para receber de novo o seu conteúdo, que foi filtrado entre dois tanques isobáricos que mantêm o vinho à pressão inicial.
É o método usado no Vale do Drôme.
Método Contínuo (ou Método Russo)
O vinho circula durante 24 horas por dia dentro de uma série de tanques que contêm aparas de carvalho ou outros materiais e fazem a fermentação do açúcar do vinho. No final do processo, com o último tanque, o vinho é imediatamente engarrafado num tanque isobárico.
Método de Gaseificação
O gás carbônico não provem de uma fermentação e sim de um aparelho chamado "saturador" que é introduzido no vinho sob pressão. Também é engarrafado num tanque isobárico.
Metodo Marone-Cinzano
Neste método, a primeira parte da fermentação é feita conforme o método clássico e a segunda como o método Charmat. Ele não é mais usado porque a economia obtida é minima e a qualidade é, sem dúvida, bem inferior.
Método do tanque fechado
A fermentação não se realiza na garrafa mas num tanque sob pressão. Para compensar a perda de gás carbônico durante o engarrafamento, uma quantidade suplementar de gás é injetado na garrafa. Auguste Charmat inventou este método em 1907 na Universidade de Montpellier. Este método é utilizado para fabricar Sekt alemães, os vinhos sardes, as cidras, etc.
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